sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Sobre Fidel e Cuba.

Danielle, eu morei em Cuba durante um ano num intercâmbio científico. Não consigo com prender seu posicionamento. Evidente que a população reclama, e muito, de suas desventuras com a incrível falta de bens básicos. Mas todos têm consciência clara de que vivem sob a terrível ditadura imposta não por Fidel, mas pelos Estados Unidos nos últimos mais de 40 anos. Como é possível pensar numa abertura de mercado e de interação com o mundo se o país simplesmente não pode ter qualquer contato comercial com parceiros comerciais estrangeiros em função do bloqueio americano? É preciso mencionar que as visitas feitas por mandatários estrangeiros a Cuba não podem ser de caráter comercial. São simplesmente visitas com a intenção de chamar a comunidade internacional a prestar atenção ao grave problema enfrentado pela ilha. Desde o início do embargo imposto, já passaram 8 presidentes pela casa branca. Nenhum deles, seja republicano ou democrata, sequer cogitou o fim dessa ação absolutamente ditatorial. Ou podemos entender como normal que outro país tenha seu destino ditado por uma nação estrangeira e alheia a cultura local? Oras, alguns argumentam aqui sobre os índices de pobreza, saúde e outros como prova inconteste do mau governo de Fidel. Pergunto: Se em nossa casa nossos vizinhos resolvessem que deveríamos ficar trancados sem a menor possibilidade de comprar e vender para gerar receita que pudesse ser revertida para outros bens preciosos de uma casa, como faria? Além da tentativa de criar uma linha de contrabando, que mais nos restaria? De quem você teria raiva? De seus pais ou de seu vizinho?

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