domingo, 26 de agosto de 2007

30 anos sem o rei.

30 anos sem o Rei


Há exatos 30 anos (16 de agosto de 1977) morria Elvis Aaron Presley, nosso rei do Rock´n´ Roll. O que aquele rapaz, um caminhoneiro de topete enorme, fez para revirar o mundo? Abriu a boca e nos presenteou com sua belíssima voz, que era considerada algo raro, por se tratar de um branco cantando música de negro, com voz de negro. Não gosto de falar em cores, pois raça não existe, mas aquele branquelinho magrela deixou a todos boquiabertos quando decidiu gravar uma música no estúdio da Sun Philips, em Memphis, Tennessee.


Elvis revolucionou o cenário musical de uma forma provocante, sensual e inteiramente rebelde. As garotas gritavam enlouquecidamente em seus shows, o apertavam, o adoravam. Ele era lindo! Foi um dos homens mais bonitos já vistos na Terra, com seu vozeirão potente, mas que morreu gordo e já não tão mais bonito assim. Há quem diga que Elvis não morreu (http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u318295.shtml) e estaria morando em Buenos Aires desde sua morte oficial com o pseudônimo de John Burrows – que ele costumava utilizar durante as turnês como disfarce.

O caixão de Elvis - com ele dentro - pesava menos do que o peso dele normalmente (ele "morreu" bem gordinho), e a única foto que se tem desse dia é de um rapazão jovem e magro morto naquele caixão e que disseram se tratar do Rei. Será que era mesmo? Bom, essas teorias conspiratórias são arriscadas e incríveis demais para se acreditar, mas no fundo nossa vontade, como fãs, é de que sejam verdade e que ainda possamos ter a chance de ver um show do maior fenômeno musical de todos os tempos ao vivo! Ainda mais aqui na América do Sul. Quanta honra para o mundo, quanta sorte seria se isso fosse possível.

Seja como for, o que Elvis fez até 1977 ficou para a história como uma das grandes revoluções dos tempos modernos, não só na música, mas no comportamento também. E ficará eternizado. Mexia sua pélvis como ninguém pensara em fazer até aquele momento e foi brilhante no que fez. Aliás, que pélvis aquelas! Elvis influenciou e ainda influencia jovens de todas as idades. Bateu recordes de venda de disco solo mesmo depois de "oficialmente" morto.


Os críticos podem dizer que ele era direitista radical, conservador, autoritário, ligado ao FBI e que entregava artistas de comportamento "duvidoso", mas o que os críticos não podem é negar o talento universal daquele ex-caminhoneiro que revolucionou o planeta e o fez da melhor forma possível.


Estamos há 30 anos sem o rei, que não nos deixou órfãos por está cada vez mais vivo dentro de nós e de nossas memórias. Tudo isso através de sua música e voz de seda! Celebremos a passagem de Elvis Presley na Terra, que nos salvou ao universalizar o Rock´n´Roll. Imaginem como o mundo seria infinitamente mais chato sem o aparecimento deste grande astro e de seu gingado sensual; e com certeza o rock nunca teria saído do berço americano para conquistar o mundo e modificar as vidas de tantos, assim como eu. Ele esteve presente com sua música em momentos importantes na vida de muitas pessoas. Foi testemunha de amores e desamores e fez todos dançarem e chacoalhar o esqueleto com canções realmente quentes. Esteja vivo ou morto, Elvis sempre será o Rei!



Como tudo começou – Elvis Presley grava "That´s all Right Mamma"


Elvis em 8 de janeiro de 1935, em Tupelo, Mississipi, em um casebre de dois cômodos. Seu irmão gêmeo, Jesse Garon, morreu ao nascer. Talvez levada pelo sentimento dessa perda, a mãe de Elvis, Gladys, idolatrava o filho. Desde criança, Elvis interessava-se pela música; aos oito anos ganhou da mãe sua primeira guitarra. Ele ia com seus pais à igreja freqüentemente e adorava música gospel, o que o fez entrar para um coral. Além da música que ouvia na igreja, Elvis tornou-se um ouvinte assíduo de rádios que tocavam blues e r&b (rhythm and blues).

Em 1948, Elvis mudou-se com a família para Memphis, onde seu pai arranjou um emprego de caminhoneiro. Como não se preocupava muito com os estudos, Elvis contentava-se em garantir o mesmo emprego de seu pai, mas continuava a interessar-se por música.

No último ano escolar, o até então tímido Elvis Presley começou a chamar atenção. Ele levava o violão para a escola (chegou a ganhar um concurso de talentos) e adotou um estilo de cabelo diferente, mais comprido, além de usar roupas vistosas e multicoloridas. Foi quando conseguiu um emprego como chofer que percebeu a chance para uma reviravolta na sua vida:

Naquele verão, em seu novo emprego em uma companhia de eletricidade, Elvis estacionou durante a hora do almoço diante do número 706 da Union Avenue, em Memphis. "Pagou quatro dólares e saiu com o único exemplar do primeiro disco de Elvis Presley, um acetato de dez polegadas com uma canção em cada lado." (MUGGIATI, 1985, p.30)

Este primeiro disco que gravou pela Sun Records não impressionou o dono da gravadora, Sam Phillips. Mas quando ele juntou-se ao guitarrista Scotty Moore e ao baixista Bill Black, uma brincadeira de estúdio chamou a atenção de Phillips, que os mandou continuar com a gravação. Essa brincadeira era a música That’s all Right (Mama), do bluesman negro Arthur "Big Boy" Crudup e virou o primeiro sucesso comercial de Elvis Presley. A partir daí iniciaram turnê pelos Estados Unidos.


Suas músicas memoráveis são incontáveis, mas entre blues e gospel, Elvis tem uma discografia incrível. Lembrando que ele era um grande intérprete, destaco algumas músicas que todo fã deve conhecer: a dançante Dirty, Dirty, Feeling, do seu primeiro álbum, a sensualíssima Fever, Like a Baby, It Feels so Right, do mesmo álbum, as mais famosas como Blue Suede Shoes, de Carl Perkins, Love Me, Heartbreaker Hotel e a fabulosa Jailhouse Rock, em que no clipe Elvis aparece numa prisão dançando sensualíssimamente.


Ao meu ver, teve a infelicidade de encontrar em seu caminho o Coronel Tom Parker, que o fez milionário – mesmo desviando muito dinheiro dele - e ao mesmo tempo um prisioneiro. Dava remédios a Elvis para ele agüentar o batalhão de shows e o exilou do mundo, ao mandá-lo para a Alemanha, terra natal do Coronel, para que o jovem rapaz service ao exército de lá. Jamais permitiu que Elvis fizesse shows fora dos Estados Unidos, até porque ele próprio não podia sair de lá. O rei encontrou a morte em decorrência dos remédios indicados pelo coronel.

Tatiana Cavalcanti

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Ajuda cômica

Todos queremos ser úteis. Ajudar ao próximo é algo inerente à natureza humana. Ajudamos desde coisas triviais a momentos de extrema tensão e inesperados. Há pessoas que não pensam duas vezes diante da necessidade de socorro imediato a alguém acidentado, doente ou que simplesmente tropeçou na sua frente. Ao tomarmos atitudes assim esperamos que sejam as melhores possiveis para aquela situação e, na maioria das vezes, nem pensamos em nossas limitações. Ou nunca ouvimos falar daquele indivíduo que pula na água para socorrer alguém de um afogamento e só depois se lembra que também não sabe nadar? Mas há situações que se tornam cômicas sem ser tão perigosas. Em uma locadora de DVD’s da zona norte aconteceu algo assim.
Com um time de funcionários altamente qualificados e sempre prontos a ajudar a todos os clientes, situações inusitadas sempre testam seus nervos. E naquele dia não poderia ser diferente.
Uma criança vem à loja acompanhada devidamente por sua mãe. Enquanto esta escolhe seus filmes para locação, uma funcionária nota que a criança está mudando de cor e passando mal. De repente o pior acontece: a criança começa a vomitar. Imediatamente a atendente começa a prestar socorro. Até ai tudo muito bom, não fosse um detalhe, daqueles que não pensamos na hora, mas que fazem a diferença. A funcionária, assim que via alguém vomitando, também vomitava. E foi exatamente o que ocorreu. Agora eram dois vomitando no meio da loja. Uma segunda colega de trabalho veio ajudar. Quando viu de perto o que estava acontecendo com os dois não pestanejou: abriu a boca e começou a vomitar também diante da sensação de azco que sentiu. O resto dá para se imaginar, o que seria somente mais um caso de criança intoxicada ou com alguma virose virou um tremendo lamaçal, que agora pedia uma terceira pessoa não suscetivel para ajudar três coitados e enfraquecidos seres humanos além da triste tarefa de fazer a limpeza do local.

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Ausência de Indignação

Não creio que seja apenas comigo. Na verdade acho que todos, em algum momento, sentem o mesmo. Há dias que vem mais forte, em outros apenas algo que levemente toca meus pensamentos. Pode ser provocado por algo comum a todos na forma de manchetes em jornais e programas de rádio ou tv. Pode ser provocado por algo que só eu vejo ou percebo nas entre linhas da vida. Pode até ser a soma de tudo isso num dia qualquer em que a vida fica brincando comigo, me tratanto como o idiota que sou. Mas eu sempre a sinto. Está sempre ali, agachada atrás da porta só esperando para saltar sobre meu peito e me deixar maluco. Há, porém, situações em que ela é tão grande e tão evidente, que me espanto ao perceber que outros simplesmente pulam sobre ela para não perderem um pouco de seu tempo precioso na vida. Na verdade, acho que se trata apenas de pura e simples acomodação. Vou tentar narrar um momento vivido por mim e por mais duas pessoas. Espero que ela apareça para vocês com a mesma força que apareceu para nós.

Pessoas boas atraem pessoas boas

O vento toca a pele como pequenas laminas afiadas e cortantes. A sensação de frio só faz aumentar com o zunido do ar gelado passando pelos ouvidos. Nas ruas, carros com seus vidros fechados protegem seus passageiros. Nos bares da cidade, bebidas quentes, aperitivos, pratos saborosos e muita gente bonita que se aquece entre conversas e muitos risos. Afinal, é sexta-feira e todos têm o direito de esquecer por alguns momentos que a vida é exigente demais. A noite é uma das mais frias do ano nesta enorme e linda cidade, São Paulo. Mas logo ali, numa das tantas avenidas da Zona Norte, sob a estreita marquise e sobre o granito gelado de uma agência bancária de um dos maiores grupos financeiros do mundo, uma pessoa não foi convidada, nem sequer avisada, a participar de todo esse calor. Ele tremia ao tentar - em vão - cobrir-se com uma velha toalha de banho, doação de um tocado morador da região. A fome estava sendo deixada de lado com a ajuda do álcool, que era o único companheiro disposto a uma boa conversa.

Entretanto, a cidade de São Paulo esconde - por entre seus arranha-céus - histórias de amor, carinho e solidariedade. Certa noite, fui à casa de um amigo na Avenida Braz Leme sem real necessidade, era algo que poderia ser feito outro dia. Quando retornei em direção ao meu carro presenciei uma cena comovente, dessas que marcam uma vida.
Um carro estava estacionado em cima da calçada com as portas abertas, em frente a tal agência bancária, e logo adiante uma mulher jovem e bonita falava com um andarilho. Aquele homem recebeu calor através de um cobertor, uma sopa quente e, principalmente, através de uma boa conversa. Resolvi falar com ela e percebi que ali ela não estava sozinha, pois havia duas amigas com ela, mas dentro do carro. Após um pouco de conversa, estavam todos rodeando aquele homem.

Na noite anterior, uma das mais geladas dos últimos anos, essa mulher de 44 anos de idade, sozinha, pára seu carro ao ver um morador de rua, com muito menos do que ela tem na vida. O homem passava muito frio e fome. Comovida, tomou uma atitude nobre e incomum. Voltou no mesmo instante à sua casa e providenciou um agasalho e comida.
Elayne não conseguiu dormir direito aquela noite de tanta preocupação com o morador de rua. Ela enxergou um homem frágil e sem proteção, a ponto de ele sentir vergonha de usar o que ganhou de presente na frente dela. Ele apenas continuava se protegendo do frio com uma toalha de banho velha e úmida.

As palavras de Venâncio Gomes, o morador de rua, foram de gratidão absoluta. Mas uma coisa que chamou muito a atenção. Ele não parava de repetir que era "negro". Ele pediu que eu me aproximasse e eu o fiz sem pestanejar. Ele ficou impressionado com o fato de eu não ter receio de chegar perto dele. Pensei que aquele homem, tão inteligente e sensível, deveria ter sofrido muito preconceito por uma coisa que nem existe: raça humana. Para mim ele não era preto, nem branco, nem vermelho, nem amarelo, ele era apenas uma pessoa que precisava conversar.
O que me comoveu particularmente na ação de Elayne não foi o fato de ela ter doado uma blusa, um cobertor ou mesmo comida, mas sim o fato de ela ter doado seu tempo, sua atenção e sua prosa, coisas raras no mundo globalizado e ágil de hoje. Ela deu muito mais que isso, proporcionou dignidade e calor humano aquele indivíduo excluído e ignorado pela sociedade.
Venâncio, que já teve emprego e família, hoje não tem casa nem bens pessoais, mas ele mantém intacta sua dignidade e cidadania. Dorme na rua, pois considera os albergueres proporcionados pela Prefeitura violentos e inseguros. Alegou não querer ter filhos para não jogá-los num mundo tão cruel e numa realidade tão degradante. Elayne, que vive bem e possui uma boa casa e família, perdeu - em um ano - o pai, a avó, o irmão e passou pela traumática experiência de atropelar um cadáver. Elayne enfrentou problemas que a fortaleceram e, ao invés de sentir pena de si própria, decidiu ajudar aqueles que necessitam.

São vidas distintas e experiências diferentes que podem unir os seres humanos tão frios e individualistas de hoje. Muitas pessoas se trancam nesses dias congelantes que estamos vivendo envoltas em seus problemas e não olham para o lado para perceber como é simples ajudar alguém que precisa apenas de calor humano. Dar roupa e comida não irá tirar aquele ou qualquer outro andarilho das ruas, mas irá, sem dúvida, aquecer seus corações tão embrutecidos pela vida.


Texto de Tatiana Cacalcanti com colaboração de Mario J.Silva. rascunho de Mario Stones

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Procura-se Rapaz Virgem


Na vida há momentos que se enquandram em vários filmes. Podemos passar por situações que lembram romances, daqueles com príncipes encantados, princesas estonteantes, muitas dificuldades no caminho e um lindo final feliz. Noutros tudo parece um filme ‘noir’, com suas cores escuras e momentos de alta tensão. Mas o legal mesmo é quando nos encontramos dentro de uma comédia da vida real. Quem nunca se viu numa situação hilária por sua originalidade? Muitas vezes nem o melhor dos roteiristas seria capaz de imaginar desfechos mais cômicos.

Num dia normal, daqueles em que todos estão acordando para o trabalho (ou pelo menos os que estão empregados), outros nem pensam em acordar e, ainda, aqueles que nem sabem direito para que mesmo serve o dia, a proprietária de uma locadora na cidade de São Paulo prepara a troca de cartazes publicitários dos filmes expostos nas vitrines de sua loja. Retira alguns, coloca outros e, entre os novos, decide pelo do lançamento do filme “Procura-se Rapaz Virgem”, que conta a história de uma vampira de 400 anos que procura pelo dito cujo para se manter jovem. O filme, com o ator canadense Jim Carrey, e com essa temática, só poderia ser mesmo uma comédia. O que nossa desavisada proprietária não imaginava era como a junção de desemprego e cinema poderia lhe fazer rir por muito tempo.

Aconteceu assim: em sua loocadora apareceu de repente um rapaz, com seus 15, 16 anos, acompanhado de sua mãe. Ele todo tímido, a mãe séria mas com ar de orgulho, na mão um envelope pardo, daqueles em que guardamos uma folha de sulfite tamanho A4. Por um instante impera o silêncio, já que uma esperava que a outra solicitasse informações de como alugar um filme, a outra esperando sabe-se lá o que. Uma finalmente pergunta:

- Pois não?.
- A outra diz então: - Viemos aqui para que meu filho possa ter a oportunidade de emprego.
- Desculpe, como assim?
- Vi o anúncio e fui em minha casa buscar meu filho. Espero que a vaga ainda esteja em aberto. Afinal sei que é muito dificil encontrar um rapaz que preencha esse requisito hoje em dia.
- Desculpe, mas ainda não compreendo.
- Em seu anúncio você pede um rapaz virgem. Eu, como uma mãe muito preocupada com o futuro do meu filho, posso garantir que ele ainda é virgem. Não sabe o que é mulher e está bem preparado para trabalhar.

Muitas gargalhadas depois e desfeito o mal entendido a dona da locadora ainda não podia acreditar no que acabara de ouvir. Ela precisou do testemunho dos seus funcionários para que alguém acreditasse naquela atitude louca e ao mesmo tempo cômica de uma mãe desesperada por garantir um bom futuro ao filho com a primeira oportunidade de emprego.

Essa é uma hitória real. Se quiser, poste outra coisa por mais bizarra que seja.
Um abraço

Primeiro Dia

Acabando de começar as postagens. Amanhã volto.